Está em andamento o plano emergencial para tentar melhorar a saúde
de Taboão da Serra. As primeiras ações são administrativas e passam pela
mudança de diretores e servidores com a meta de garantir uma espécie de
choque de gestão, com foco na qualidade e humanização do atendimento.
Em outra ponta aparece o aumento salarial proposto aos médicos como
forma de ajudar a suprir a carência de 85 médicos para atuar nas
unidades básicas de saúde. A secretária disse que Taboão apresenta
demanda para o trabalho de 120 médicos e atualmente tem 35 atuando na
assistência básica.
O primeiro raios X da saúde na cidade após a mudança de governo
foi feito na quinta-feira, 24, em audiência da Comissão de Saúde da
Câmara, pela secretária municipal de saúde, Raquel Zaicaner, executora
oficial do plano emergencial proposto pelo prefeito Fernando Fernandes,
logo após a sua diplomação no cargo. A secretaria foi convidada para
falar sobre a saúde aos vereadores.
O aumento salarial para atrair médicos à cidade travou na câmara e
os vereadores tentam entendimento para aprovar a proposta. Os da
oposição querem contemplar com o aumento outras categorias da saúde e
querem manter a gratificação dos médicos.
“Temos carência de 500 horas em clínica geral, 460 em pediatria e
carência em psiquiatria. Também falta médico em 7 equipes do Programa
de Saúde da Família. Esse é o primeiro momento, depois tratamos das
especialidades”, apontou.
Doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP),
especialista em Saúde Pública, Medicina do Trabalho, Administração,
gestão e planejamento de serviços e sistemas de Saúde, além de
residência médica e comunitária, a secretária Raquel Zaicaner falou com
propriedade sobre todos os problemas na saúde de Taboão. Disse que a
equipe se reúne todas as semanas para discutir soluções. Contou que a
crise financeira provocada pela dívida deixada pela gestão anterior se
constitui em um problema grave, que impede até mesmo quem sejam
concedidas férias aos profissionais da área até que as primeiras ações
surtam efeito. Também destacou que a saúde utiliza mais de 70% dos
recursos para o pagamento de servidores.
Ela salientou que estão ocorrendo discussões em âmbito regional para evitar a “canibalização”, processo por meio do qual as cidades brigam entre si para oferecer salários maiores que as outras a fim de atrair médicos.
“Estamos trabalhando políticas de saúde para fixar os profissionais médicos nas cidades”, adiantou.Ela salientou que estão ocorrendo discussões em âmbito regional para evitar a “canibalização”, processo por meio do qual as cidades brigam entre si para oferecer salários maiores que as outras a fim de atrair médicos.
Durante a audiência pública a secretária também se mostrou favorável à administração dos pronto-socorros pelas Organizações Social que administra o Hospital Geral do Pirajuçara. Ela disse que nem sempre aprovou as OSs mas com o tempo e a experiência na área entendeu que esse modelo de gestão é o mais apropriado quando observa o cumprimento dos direitos trabalhistas.
“Queremos choque de gestão premiando aqueles servidores realmente comprometidos com a população”, afirma.
Participaram da audiência pública 11 vereadores de Taboão da Serra.
A atividade foi conduzida pela presidente da Comissão de Saúde, Érica
Franquini. A vereadora Joice Silva é vice-presidente, Professor Moreira,
membro. Os vereadores Cido, Marco Porta, Carlinhos do Leme, Marcos
Paulo, Ronaldo Onishi, André Egydio, Luis Lune e Eduardo Lopes também
prestigiaram a atividade. Além do secretário de governo, Cândido
Ribeiro.
A presidente da Comissão, Érica Franquini, disse que durante a
semana andou por todas as unidades de saúde da cidade para conhecer de
perto a realidade da saúde em Taboão da Serra. “Sabemos das necessidades
do aumento do salário dos médicos e não somos contra isso, mas temos
que pensar em todas as categorias que fazem parte da saúde, como as
enfermeiras, as auxiliares e os odontólogos”, disse.
Para a vereadora Joice Silva, membro da comissão de saúde, a
audiência foi bastante positiva para que os vereadores de oposição se
convençam da necessidade da contratação de mais médicos. “Hoje temos uma
necessidade de cerca de 120 médicos para atender todas as unidades de
saúde, temos um déficit. Atualmente na rede pública temos apenas 40 e
precisamos contratar cerca de 80 a 85 profissionais de várias
especialidades”, afirmou.
Segundo o vereador Cido, a audiência pública ajudou a quantificar
a real necessidade da contratação de médicos, além de melhorar o
atendimento nas unidades de Pronto Atendimento, principalmente na PS da
Antena.
“Hoje temos um serviço caro e de má qualidade que custa R$ 34 milhões por ano para o município. Mesmo com esse gasto absurdo, o atendimento ainda é ruim. O prefeito Fernando Fernandes está buscando uma solução para isso e tenho certeza que a saúde vai melhorar em pouco tempo, mas precisamos ajudar a aprovar as leis”.
“Hoje temos um serviço caro e de má qualidade que custa R$ 34 milhões por ano para o município. Mesmo com esse gasto absurdo, o atendimento ainda é ruim. O prefeito Fernando Fernandes está buscando uma solução para isso e tenho certeza que a saúde vai melhorar em pouco tempo, mas precisamos ajudar a aprovar as leis”.
A Câmara Municipal irá votar o projeto de aumento no salário dos
médicos na primeira sessão ordinária no ano, marcada para o dia 5 de
fevereiro, após o recesso parlamentar.
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